Lembro-me perfeitamente quando a Alexandra entendeu fazer o Marquês da Sé, na altura com picardias por não ser fadista. Conhecedora do mundo do espectáculo, deu espaço aos mais novos e fui lá tantas vezes só para ouvir o Ricardo Ribeiro. O espaço é muito nobre, um pouco formal demais para se cantar o fado, mas compreendo a vertente turística da generalidade das casas de fado de roteiro.
Igor P.
Tu valoración: 4 Lisbon, Portugal
Apresento-vos a casa de fados Marquês da Sé. Ou melhor, a casa da Alexandra. Quem, tal como eu, é um profundo admirador deste género musical tão português sabe sobre o que estou a escrever. Afinal de contas, já há algum tempo que esta renomada artista protagoniza interpretações sentidas de alguns dos«nossos» mais conhecidos fados na Marquês da Sé. Felizmente, já me pude comover com uns dois espetáculos da Alexandra, sem dúvida a maior estrela desta casa, embora também já tenha ouvido outros fadistas de qualidade: é o caso do único Pedro Moutinho. A Marquês da Sé também é o refúgio perfeito para os amantes da(boa) gastronomia portuguesa. Que luxo que é emocionar-me com uns fados após ter degustado um bacalhau com natas ou um refrescante cabrito grelhado com alecrim! Sem falar do ambiente de puro requinte, com destaque para uma hospitaleira passadeira vermelha e para o salão nobre, que, surpreendentemente em nada lembra uma casa de fados: nas paredes, as guitarras são substituídas por espelhos com uma moldura adornada e os xailes negros por uns quadros pintados com motivos exóticos.