Galeria Kunsthalle Lissabon

Uma galeria de arte… diferente. É talvez a melhor das formas de falar da Kunsthalle Lissabon.
Dedicada em especial à arte contemporânea, esta galeria afirma-​se à partida como um embuste e isso é só por si um embuste. Esta forma de se apresentarem mostra logo o que esperam que nós, visitantes, pensemos das obras que ali se expõem: Que nos provoquem, que nos iludam, que nos façam pensar.
Aristas como Amalia Pica, Daniel Gustav Cramer e Haris Epaminonda, Stefan Brüggemann e muitos outros, são já nomes de referência que ajudam a solidificar a presença desta casa «diferente» no meio artistico lisboeta.
Resta-​nos esperar que tenha ainda muito mais para nos mostrar.

É uma galeria de arte, talvez a mais experimentalista que conheço na cidade de Lisboa.
Considera-​se «desajustada num contexto de conformidade neo-​liberal», descrição que, quanto a mim, lhe assenta como uma luva.
O espaço é pequeno mas a visão é grande e a qualidade dos projetos surpreendente. O vanguardismo na sua verdadeira essência.

O nome pode causar estranheza: afinal de contas, como é que pode existir uma galeria com uma designação germânica em plena capital portuguesa? Se estão à espera que responda a esta pergunta, tirem o «cavalinho da chuva», visto que, infelizmente, só consegui visitar uma vez a Galeria e nesses breves momentos de estada não tive oportunidade de satisfazer essa curiosidade. Para compensar, fiquei perdido entre os trabalhos arrepiantes do artista português Sancho Silva. Foi sem dúvida uma das exposições que me eriçou mais os pelos do braço! Intitulada «Effigiae», esta mostra fez arte a partir de materiais… insólitos: desde polvos secos a pele de osgas secas, passando por peixes de gesso suspensos no teto, tudo isto pontuado por um inquietante ambiente de luz e sombras. Uma exposição inesquecível, com certeza!