Trem Azul

Uma loja de discos com um palco… foi assim que olhei este espaço a primeira vez que cá entrei. Não vive só de jazz como se conta, mas é sem dúvida o estilo que mais se respira nesta casa. Para além da compra e pesquisa de CDs, já lá pude ver, por mero acaso, concertos bem interessantes. A loja está muito bem situada e vale a pena dar lá um pulo.

Poderia dizer que a Trem Azul é a loja ideal para quem adora jazz. Mas não. Acho que é bem mais do que isso. Este é o espaço perfeito para todos os que são sensíveis a um timbre carismático, a um contrabaixo sedutor ou a uma viciante bateria. Das centenas de cds e dvds disponíveis na loja, é costume perder-​me em trabalhos que satisfazem os mais variados gostos «jazzísticos», desde artistas nacionais, como o contrabaixista Miguel Ângelo ou o pianista Bernardo Sassetti, a nomes reconhecidos em todo o mundo: o saxofonista Evan Parker e o lendário John Coltrane, cujo álbum «Blue Train» serviu de inspiração para o nome da loja, são dois bons exemplos.
Como se não bastasse, a Trem Azul é palco de exposições. A mais recente que tive a oportunidade de ver foi «René vs. Naná», de Bernardo Rodrigues, na qual, o autor cria desenhos de pugilistas, a partir de um conjunto de fotografias das décadas de 50 e 60. De resto, é obrigatório que um espaço que respire tanto jazz também conte com uma sala de espetáculos para se sentir o pulsar de cada nota de cada tema. Aí, já estive nas primeiras filas a escutar, deliciado, o perfeito entrosamento de bateria, saxofone e contrabaixo do Desidério Lázaro Trio ou o piano intimista de Tiago Sousa.

Para os amantes de jazz a Trem Azul é certamente um lugar de frequente peregrinação. Nesta loja especializada em jazz podemos encontrar uma selecção de discos, onde não podem faltar nomes já consagrados como Miles Davis, John Coltrane, Keith Jarrett, Stan Getz, John Zorn, entre outros. Mas, para além destes, há muitos mais artistas para conhecer, desde os mais underground aos estilos de fusão. A loja tem imensa pinta e transpira cultura jazz por todos os lados, desde a decoração à música que não podia deixar de estar presente. O espaço conta ainda com um palco para concertos que são organizados com alguma regularidade. Em breve, a Trem Azul funcionará também como bar e eu mal posso esperar. Mas, por enquanto, a única coisa que se bebe aqui música de colheita seleccionada!