Pátio da Memória

Ao entrar neste restaurante, fiquei confuso. Então, como é que era possível estar há cinco segundos na Calçada da Memória e de repente, tal e qual um teletransporte, ficar a admirar os pormenores típicos de um Pátio lisboeta, tão comum em zonas como o Bairro Alto? Desenganam-​se se acham que tomei alguma coisa ou que estou simplesmente a gozar convosco. A magia tem nome: Pátio da Memória, um restaurante com uma decoração singular, composta por aqueles candeeiros de rua únicos, por umas portinhas ou por umas janelas com umas varandas floridas. Não posso negar: a decoração é o ponto forte deste espaço. Contudo, a comida também é de cinco estrelas: enquanto desvendava pequenos detalhes da Lisboa antiga, lá me ia deliciando com um suculento bife com cogumelos. Entretanto, soube que há fado nas primeiras sextas-​feiras de cada mês. Eis mais um motivo para voltar!

Este restaurante é muito engraçado porque está do avesso. É assim como um «coma lá fora, cá dentro». O espaço retrata um pátio popular lisboeta, com as janelas, as portas, os beirais de telha vermelha, os candeeiros de rua e as lamparinas a petróleo que alumiaram os nossos avós. Faz sessões pontuais de fado amador às sextas e, se for atrevido pode experimentar o karaōke aos fins de semana. A comida é suficientemente boa para que se faça uma visita, salientando-​se o bacalhau à Pátio. O vinho da casa — em jarros — é bom, faz com que mande a timidez às urtigas e, vá de agarrar no microfone. Uma noite muito bem passada entre gente muito animada, empregados e clientes.