La Boulangerie by Stef

Conheci num dos meus passeios de sábado em que procuro esplanadas para ler o saco de jornais e revistas. Ah e pelo cheirinho do pão e dos croissants feitos neste espaço que tenta trazer os sabores franceses a Lisboa. Tenta, mas esforça-​se pouco, pelo menos em simpatia de atendimento. Espera-​se demasiado, é raro haver um sorriso. Felizmente que os croissants bem ao estilo francês nos amaciam a boca com a massa folhada e nos adoçam com as compotas que colocam à nossa frente. A esplanada não é das mais confortáveis com as cadeiras ripadas e numa rua ligeiramente inclinada, lá dentro a decoração tal como os croissants lembra Paris e os maravilhosos vinte dias que lá passei. E vou voltar a passar aqui, até porque havia um brunch a acontecer neste sábado com ovos mexidos com bom ar e uma série de opções à volta e há ainda pães de diferentes farinhas e sementes. Mas é bom que no próximo sábado estejam mais simpáticos, Oui?

Já tinha ouvido falar dela. Por isso, não foi de forma inocente que a encontrei. Do exterior, dá nas vistas pelo aspecto clean e elegante. Lá dentro, cativou-​me pela essência rústica e pelas iguarias que oferece. Gosto sempre de passar tempo em espaços cujo design é-​me agradável e, ao mesmo tempo, surpreendente. Apetece-​me dizer: uma padaria francesa, com certeza! Da Stef, claro. Não a vi por lá, antes um rapaz na caixa com vontade de satisfazer todo e qualquer apetite dos comensais. Escrito a giz, num quadro de ardósia, deparei-​me com o preço do pequeno-​almoço (10 euros por pessoa), que incluía croissant (a estrela!) ou pain au chocolate, pão, ovos mexidos com salmão ou presunto, café ou chá ou galão. Pessoalmente achei um pouco caro. Mas há solução: para petiscos mais ligeiros e céleres, nada como os gelados (1,5 euros a unidade) — há de baunilha, manga, caramelo ou chocolate. E sim, recomendam-​se!

Durante algum tempo fui vizinha da Stef. Lembro-​me de andar em pulgas quando soube que ali ia abrir uma Boulangerie. Vivi uns meses em França e fiquei fã das baguettes, das viennoiserie (como se percebe pela minhas fotos na altura!), por isso mal abriu fui logo espreitar. O espaço é fantástico, muito amplo e luminoso, devido às grandes janelas, e tem a vantagem de se localizar num prédio recentemente recuperado. Nas mesas de madeira encontramos compotas biológicas de Azeitão (que pode comprar para levar) e nutella para barrar o pão ou o afamado croissant, que eu pessoalmente prefiro comer sem nada. Os pain au chocolat também não desiludiram e fizeram-​me recordar os bons tempos que vivi em França. As baguettes são saborosas e existem diferentes variedades, mas pecam por, volta e meia, ficarem muito moles e elásticas ao fim de pouco tempo.
Por vezes, em horas de maior movimento, o serviço fica desorganizado e demorado, não havendo o cuidado de dizer uma palavra ao cliente que entra e está à espera mesa ou que pretende apenas comprar algo para levar, tendo mesmo assistido situações embaraçosas em que os clientes são brindados com maus modos e respostas arrogantes.

Uma boa boulangerie — em francês significa padaria — que aposta numa decoração que oscila entre o clássico-​tradicional e o moderno, os quais estabelecem entre si um diálogo harmonioso.
Adoro os quadros de ardósia com os menus improvisados, o design dos móveis e de algumas peças, assim como as cores neutras, terra, subjacentes à madeira dos móveis, que transformam este lugar num espaço muito agradável e acolhedor.
Ideal para um lanche ao final do dia com um amigo. Estive lá nestas circunstâncias, tendo comido um croissant com maçã. Uma delícia doce. No entanto, existem muitas outras outras opções doces e salgadas, para não falar também do pão que se arruma nos cestos, mesmo à vista do freguês.
No dia em que lá estive, senti que a música poderia ter estado um pouco mais baixa, principalmente porque estava acompanhada e o que queria era conversar sem grande convulsão sonora exterior.
Aqui não são aceites multibancos, mas existem caixas de multibanco nas proximidades. Achei os preços, de um modo geral, um pouco acima da média, mas vale a pena a experiência.

Muito se falou sobre esta padaria quando abriu. A proprietária que lhe dá nome, Stef, terá sido uma das razões para o fenómeno e, provavelmente, com razão. Quem já a viu a trabalhar percebe o carisma que transmite ao lugar. É bom ter uma padaria francesa na Baixa, exigente na qualidade dos seus produtos, mas ouvir uma parisiense de gema (ainda que filha de portugueses) a corrigir um cliente pela pronúncia da palavra croissant, com um sotaque que podia ser de uma qualquer personagem feminina da série ‘Allo ‘Allo!, é impagável. O que não é impagável são os croissants da Boulangerie. Pagam-​se (e bem) mas valem cada cêntimo. Crocantes até mais não e amanteigados no ponto. E é seguro levar para casa, pois no dia seguinte mantêm-​se igualmente estaladiços. Talvez os faça tão bons para nos esquecermos da origem xenófoba deste pãozinho e a verdade é que o conflito entre otomanos e austríacos é a última coisa em que penso quando cá venho lanchar.
Nada é muito barato mas tudo é muito bom. A manteiga importada de França, é como um crème vindo do céu para que possamos provar no pão o sabor que há-​de ter o paraíso e os salgados… Ah, os salgados! Por maus que sejam para o organismo, fazem um bem ao espírito que nenhum colesterol controlado alcança.
Aos Domingos e feriados há brunch na Boulangerie, com várias opções de menus. Uma óptima sugestão para iniciar o dia, principalmente para quem teve uma noite mais «puxada».

Sitiado no início da Rua da Madalena, este é um café onde apetece estar horas a comer croissants e pai nau chocolat sem nos preocuparmos com a linha! A responsável pela padaria francesa é a parisiense Stephanie Alves e o que salta imediatamente à vista assim que entramos no espaço é a decoração, seja a mesa de madeira gigante ideal para famílias ou grupos numerosos, seja pelas cadeiras de um antigo cinema ou pela própria padaria à vista dos clientes e apenas protegida com uma parede de vidro.
O menu está escrito na ardósia e é costume haver hambúrgueres ou tartines para o almoço e tapas à noite. O fim-​de-​semana é dominado pelo brunch com croissant, cesto de pão, sumo de laranja natural e uma bebida quente. Se são apreciadores de café e não dispensam um bom expresso optem por outra bebida.