Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa

Fiz aqui a minha Licenciatura e, apesar do impacto do que o que aprendi aqui teve na minha vida, não posso dizer que tenho as melhores recordações da Faculdade em si.
Apesar de terem sido feitas algumas obras de renovação desde que saí (há casas-​de-​banho novas, uau!), a Faculdade fica um pouco aquém de uma instituição conhecida por formar a «elite intelectual» do país, como dizem alguns professores.
No meu primeiro ano, a Biblioteca Central estava em obras. Um ano depois de ser inaugurada já chovia lá dentro. Para os alunos com dificuldades motoras, construíram uma rampa de acesso cheia de curvas desnecessárias. Foi feito o mesmo cá fora, nas escadas que dão acesso ao edifício central.
A maior parte das minhas aulas tinham lugar no Pavilhão Novo, um pavilhão pré-​fabricado com cerca de 30 anos, com rachas que atravessam as paredes. Houve alturas em que, no Inverno, havia competições para ver quem apanhava o único lugar iluminado na sala, para fazer um teste às 8 da manhã. E se o Inverno era mau, o Verão no Pavilhão Novo era insuportável, por causa do calor. Também não havia luz nas casas de banho e quando havia papel higiénico, era dia de festa.
Não sei já se fez luz no Pavilhão Novo, que devia ser deitado abaixo para dar lugar a um Pavilhão Realmente Novo, mas sempre que tenho de ir à F.L.U.L., tenho a sensação que viajei até 1975. Gostava muito de ver os meus colegas de Letras a estudar em condições mais dignificantes e com um ensino à altura. Não me parece que seja um problema financeiro, porque do outro lado, na Faculdade de Direito, as condições são melhores. É uma questão de não se desleixarem com aqueles que um dia vão ensinar os nossos filhos.
Muito importante: apesar de nos dizerem o contrário, não é necessário pedir o diploma para ter um certificado de habilitações. É só pedir um comprovativo de frequência na Reitoria.

Estudei aqui durante 6 anos (Licenciatura e Mestrado) e aqui tive o prazer de conhecer pessoas maravilhosas e ter vivido experiências inesquecíveis, mas em termos institucionais não considero que seja um prodígio! Falta de organização e fraca relação com o mercado de trabalho são alguns do principais pontos negativos. Considero que o meu curso teve muita qualidade e que esta continua a ser uma Faculdade histórica, mas há que adaptar aos tempos. A Faculdade necessita claramente de uma requalificação não só em termos de espaço, mas também em termos institucionais!

Fui aluna de licenciatura desta faculdade e hoje arrependo-​me de não ter tirado a licenciatura noutra. Isto deve-​se ao ambiente académico, com o qual nunca me identifiquei, mas onde fiz até bons amigos. Recentemente foi remodelada, casas de banho novas e outras remodelações, como elevadores e salas. Mas o bom do «Pavilhão Novo» que novo só se foi há 50 anos continua lá, local este onde nunca se pode ter aula em horário de muito tráfico aéreo, ou muita chuva, porque o barulho torna-​se ensurdecedor.
No entanto, uma coisa é certa, é uma faculdade clássica, de onde saímos com uma bagagem de cultura geral acima da média. Aqui estuda-​se, no fundo, cultura portuguesa e todos os grandes nomes que fizeram parte dela. É uma faculdade de grandes nomes!

Desde pequena que passava pela Faculdade de Letras e desejava tirar um curso ali como se de algo extraordinário se tratasse.
Esta é a mística deste espaço, que honra a área das letras de uma forma perfeita há décadas.
Este sonho do rei D. Pedro que começou com o Curso de Letras, tornou-​se num local com uma oferta de cursos variado, desde História, a Línguas, Cultura, …
Mal entramos o edifício transborda a História, não só pelo passado ligado à própria História nacional, mas também pelos grandes nomes que por ali passaram como alunos ou professores.
Não tirei nenhum curso, mas tive o prazer de ser investigadora num dos muitos centros, cujo trabalho honram e muito esta escola.