Espaço Nimas

Um dos raros espaços que se dedica ao cinema de culto e erudito, onde a Medeia Filmes organiza ciclos de cinema e retrospectivas. É sempre bom entrar num espaço já com o seu quê de retro e saber que se vai ver um excelente filme. Com o desaparecimento do King, é o único que não se restringe ao cinema comercial.

Fui assistir ao filme ”Tabu” no cinema Nimas e tive direito a assistir também a uma conversa com o realizador do filme. Este cinema marca a diferença pelos filmes que passa e pelos acontecimentos culturais que acolhe. Foge ao típico filme ”blockbuster” que todos cinemas passam. É um espaço antigo com pouco staff e com uma boa sala de cinema. De fora, parece um lugar meio abandonado, mas por dentro parece-​se com a cinemateca. Aqui respira-​se cultura e assiste-​se a filmes pouco divulgados.

Estive no Nimas, pela primeira vez, há já alguns anos, para assistir, com uma amiga, ao filme Caramel de Nadine Labaki. No entanto, a sua perseverança em continuar, cedeu, acabando por encerrar. Felizmente, que este acontecimento não foi definitivo e que, pouco tempo depois, voltou a abrir como espaço cultural onde decorriam diversos concertos e performances. Cheguei a ir lá algumas vezes, mas acabei por deixar de frequentar o espaço.
Entretanto, parece que este cinema voltou a renascer das cinzas e com um posicionamento bem particular. Ele repõe filmes que já passaram nas salas portugueses, com grande dose de critério, por preços muito apetecíveis!
Vale a pena ir ao Nimas e (re)ver, numa boa sala de cinema, aquele clássico ou filme mais recente que perdeu ou que quer muito voltar a ver. Eu cá vou acompanhando a sua agenda cinematográfica, disponível no Facebook.

O Nimas conseguiu reinventar-​se e não cair no mesmo percurso descendente que atingiu muitos cinemas de Lisboa. E isto sem deixar de lado o cinema de qualidade ou de «autor», como se diz. Apelidado agora como «Espaço Nimas», continua a projectar filmes internacionais actuais e clássicos da cinematografia, para ver ou rever numa sala com um ecrã e capacidade de projectar em 70 mm. O último filme que vi ali foi um do Ozu, mas lembro-​me de ir lá duas vezes seguidas ver O Leopardo, do Visconti, pois o ecrã gigante transmitia toda a sumptuosidade visual do filme. Mas nem só de sessões vive o Nimas, também fui a uma projecção especial de O Barão do Edgar Pêra, com debate a seguir e também já lá estive a provar comida de Taiwan seguida de documentários sobre essa ilha, pois o foyer do cinema ainda dá para relaxar antes de atacar o filme.