Casa Ronald McDonald

Excelente mesmo seria não conhecermos o absurdo de ver uma criança doente, mas já que é incontornável, há pequenas ajudas — que podem parecer pequenas a quem está de fora — que se tornam, imensas, que podem fazer toda a diferença para quem vive as situações.
Tendo tido um ex aluno meu que precisou de internamento prolongado, pude sentir o quanto, dentro da tristeza, foi importante para a mãe, ter a possibilidade de pernoitar em Lisboa e assim poder vê-​lo e acompanhá-​lo, o que de outra forma não poderia fazer.
Quando se está vulnerável, qualquer gesto, qualquer sorriso conta; ter uma âncora pode ser vital num momento de deriva.

Este é um verdadeiro porto de abrigo, uma casa longe de casa para as famílias e crianças que saíram das suas casas para receber tratamento no Hospital D. Estefânia. Nem todas as famílias têm possibilidades económicas de ficar em Lisboa e encontram aqui uma oportunidade para ficar perto da criança que está a receber tratamento no hospital.
A casa está situada a cinco minutos a pé do hospital, tem 900m2 e está preparada para receber 10 famílias em simultâneo. Fui visitar a casa algumas semanas antes de abrir as portas e fiquei rendida com o conceito do projecto.
Na Casa Ronald McDonald tudo foi pensado ao pormenor para as famílias se sentirem como se estivessem em casa, e poderem partilhar o dia-​a-​dia com a criança hospitalizada ou em tratamento ambulatório. Os quartos individuais têm casas-​de-​banho, cozinha onde as famílias podem preparar as suas refeições, uma lavandaria, duas salas de estar e uma sala de jantar.